segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Guerra entre Globo e Record


A rede Record exibiu na noite do domingo um programa especial que deu seguimento à "guerra" com a TV Globo em horário nobre iniciada nesta semana, após a Justiça aceitar denúncia contra o bispo Edir Macedo e outros membros da Igreja Universal. O programa, que durou uma hora, afirmou que o promotor responsável pelas denúncias já foi investigado por favorecer a Globo e exibiu uma entrevista com o fundador da Universal. Pouco após o fim do especial, a Globo exibiu uma reportagem no Fantástico em que pessoas disseram ter doado dinheiro e bens para a igreja por pressão dos pastores.

As emissoras têm trocado ataques desde quarta-feira, quando a Record resolveu responder às acusações do dia anterior, por ter considerado que a concorrente deu destaque excessivo ao fato da Justiça paulista ter acatado a denúncia por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Os acusados usariam as doações dos fiéis para benefício próprio.

Segundo a emissora, o promotor Roberto Porto chegou a ser afastado do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por entregar uma gravação de uma entrevista feita por ele com o traficante Fernandinho Beira-Mar para exibição na concorrente.

O programa disse que Porto manteve um relacionamento com a juíza Patrícia Álvares Cruz, que deveria receber as denúncias contra Macedo, mas ela pediu afastamento do cargo e o caso foi acolhido por outro magistrado.

O Repórter Record também reafirmou as acusações feitas pela emissora durante a semana em outros programas, como de que a Globo teria sido ajudada pelo regime militar e a suposta manipulação tendenciosa do debate Lula-Collor na eleição de 1989.

Em entrevista ao programa, feita nos Estados Unidos, Edir Macedo afirmou que as denúncias foram feitas porque "ninguém chuta cachorro morto", se referindo a uma possível perseguição pelo fato de a Record ter atingido o segundo lugar na luta pela audiência.

O bispo afirmou que se sente perseguido pela mídia pelo fato de ser um líder religioso. Ele disse que seu objetivo, com a Record, é atingir o primeiro lugar na briga pela audiência na TV. Macedo afirmou estranhar o fato de que sua igreja é descrita como uma "organização criminosa", sendo que tem atuação nacional e só é investigada pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, e não seu contraparte federal.

Fonte: Terra

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