Aos 85 anos, a artista popular Zabé da Loca ganhou na noite de quarta-feira (01) o reconhecimento do Canecão, o palco mais importante da música popular no Brasil. Vencedora da categoria Revelação do Prêmio da Música Brasileira, a artista, descoberta em 2003 pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo projeto Dom Helder Câmara durante uma atividade do programa de bibliotecas rurais Arca das Letras, foi aplaudida de pé por uma platéia extasiada, onde estavam artistas como Lenine, Milton Nascimento, Leci Brandão, Zeca Pagodinho e Alcione.
Os principais vencedores da noite foram Zeca Pagodinho e Chico César, que receberam três prêmios cada.
O paraibano Chico César viu seu 'Francisco forró y frevo' ser premiado como Projeto Visual e melhor disco Regional. Ele também foi escolhido melhor cantor Regional e saiu do Canecão como um dos grandes vencedores da noite.
- Acho que esse prêmio é raçudo. Foi trocando de patrocinador, depois perdeu e mesmo assim continuou. E tem que continuar independentemente de tudo, porque a música também continua - disse ele.
O reconhecimento de Zabé da Loca premia uma trajetória que se tornou conhecida a partir de 2003. O ponto de partida foi uma atividade do Programa Arca das Letras, realizada no Cariri paraibano. Com 79 anos, a então desconhecida Zabé fez uma das apresentações populares previstas no evento. E surpreendeu. Tanto que acabou convidada a participar da Série Cantos do Semi-Árido, criado pela Coordenação de Ação Cultural do MDA. Zabé voltaria ao estúdio em 2008, quando gravou “Bom Todo – Zabé da Caverna para o Mundo”, que lhe rendeu o prêmio entregue nesta quarta-feira no Rio.
Zabé da Loca, que recebeu este apelido porque viveu, durante 25 anos, em uma gruta de pedra, conhecida como loca, mora no assentamento da reforma agrária Santa Catarina, em Monteiro (PB). Ela conheceu a musicalidade dos pífanos quando tinha sete anos, no município onde nasceu, Buíque (PE), de onde partiu, ainda menina, para a Paraíba. Mesmo depois de passar a viver no assentamento do Incra, em Monteiro (PB), ela manteve o hábito de ficar na loca para tocar os “pifes”.
Trajetória
O primeiro trabalho público de Zabé, um CD que leva o nome da artista, foi realizado pelo MDA em parceria com o projeto Dom Helder Câmara, com produção da Fundação Quinteto Violado. Gravado em um estúdio móvel, no assentamento Santa Catarina, o trabalho foi lançado em dezembro de 2003, em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú (PE), com a presença do então ministro da Cultura, Gilberto Gil, do grupo de coco Negros e Negras do Leitão e da banda de pífanos Leitão da Carapuça. O repertório deste CD é formado por clássicos do cancioneiro popular, como “A Briga do Cachorro com a Onça”, “A Música do Sapo”, “Marcha da Procissão”.
O segundo disco, “Bom Todo – Zabé da Caverna para o Mundo”, foi gravado em 2008, no Recife (PE), pelo selo Crioula Records. Com apoio da produtora Lumearte, do Rio de Janeiro, o trabalho tem arranjos, direção artística e musical de Carlos Malta. Esse trabalho também contou com apoio do MDA e do Projeto Dom Helder Camara. “Bom Todo” traz a galopada “Queima”, faixa que registra um duelo de pifes entre Zabé e seu parceiro Manoel Leite de Melo, o Beiçola, o músico de mãos tortas, que faleceu em 2006. As músicas têm acompanhamento de Rivers Douglas (zabumba), Pitó (prato) e do neto de Zabé, Junior (tocando caixa). Fazem participações especiais os músicos Maciel Salu, filho de Mestre Salustiano, e Cacau Arcoverde.
Cantos do Semi-Árido
A Série Cantos do Semi-Árido é resultado do trabalho de pesquisa e articulação da Coordenação de Ação Cultural da Secretaria de Reordenamento Agrário do MDA. O trabalho tem como objetivo documentar e fortalecer manifestações culturais tradicionais de comunidades do meio rural.
Em 2003 foram produzidos os dois primeiros CDs, com a Banda de Pífanos de Zabé da Loca e canções do Grupo Negros e Negras do Leitão e da Banda de Pífanos do Sítio Leitão da Carapuça, de Afogados da Ingazeira (PE). A partir de 2004, outros CDs da Série foram produzidos pela Fundação Quinteto Violado, com o apoio do MDA, como o das Cantadeiras do Sisal (BA); dos Índios Fulni-Ô (PE); e dos cordelistas Zé Ailton e Manoel Belarmino, de Poço Redondo (PE).
Fonte: Chico Lobo
Os principais vencedores da noite foram Zeca Pagodinho e Chico César, que receberam três prêmios cada.
O paraibano Chico César viu seu 'Francisco forró y frevo' ser premiado como Projeto Visual e melhor disco Regional. Ele também foi escolhido melhor cantor Regional e saiu do Canecão como um dos grandes vencedores da noite.
- Acho que esse prêmio é raçudo. Foi trocando de patrocinador, depois perdeu e mesmo assim continuou. E tem que continuar independentemente de tudo, porque a música também continua - disse ele.
O reconhecimento de Zabé da Loca premia uma trajetória que se tornou conhecida a partir de 2003. O ponto de partida foi uma atividade do Programa Arca das Letras, realizada no Cariri paraibano. Com 79 anos, a então desconhecida Zabé fez uma das apresentações populares previstas no evento. E surpreendeu. Tanto que acabou convidada a participar da Série Cantos do Semi-Árido, criado pela Coordenação de Ação Cultural do MDA. Zabé voltaria ao estúdio em 2008, quando gravou “Bom Todo – Zabé da Caverna para o Mundo”, que lhe rendeu o prêmio entregue nesta quarta-feira no Rio.
Zabé da Loca, que recebeu este apelido porque viveu, durante 25 anos, em uma gruta de pedra, conhecida como loca, mora no assentamento da reforma agrária Santa Catarina, em Monteiro (PB). Ela conheceu a musicalidade dos pífanos quando tinha sete anos, no município onde nasceu, Buíque (PE), de onde partiu, ainda menina, para a Paraíba. Mesmo depois de passar a viver no assentamento do Incra, em Monteiro (PB), ela manteve o hábito de ficar na loca para tocar os “pifes”.
Trajetória
O primeiro trabalho público de Zabé, um CD que leva o nome da artista, foi realizado pelo MDA em parceria com o projeto Dom Helder Câmara, com produção da Fundação Quinteto Violado. Gravado em um estúdio móvel, no assentamento Santa Catarina, o trabalho foi lançado em dezembro de 2003, em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú (PE), com a presença do então ministro da Cultura, Gilberto Gil, do grupo de coco Negros e Negras do Leitão e da banda de pífanos Leitão da Carapuça. O repertório deste CD é formado por clássicos do cancioneiro popular, como “A Briga do Cachorro com a Onça”, “A Música do Sapo”, “Marcha da Procissão”.
O segundo disco, “Bom Todo – Zabé da Caverna para o Mundo”, foi gravado em 2008, no Recife (PE), pelo selo Crioula Records. Com apoio da produtora Lumearte, do Rio de Janeiro, o trabalho tem arranjos, direção artística e musical de Carlos Malta. Esse trabalho também contou com apoio do MDA e do Projeto Dom Helder Camara. “Bom Todo” traz a galopada “Queima”, faixa que registra um duelo de pifes entre Zabé e seu parceiro Manoel Leite de Melo, o Beiçola, o músico de mãos tortas, que faleceu em 2006. As músicas têm acompanhamento de Rivers Douglas (zabumba), Pitó (prato) e do neto de Zabé, Junior (tocando caixa). Fazem participações especiais os músicos Maciel Salu, filho de Mestre Salustiano, e Cacau Arcoverde.
Cantos do Semi-Árido
A Série Cantos do Semi-Árido é resultado do trabalho de pesquisa e articulação da Coordenação de Ação Cultural da Secretaria de Reordenamento Agrário do MDA. O trabalho tem como objetivo documentar e fortalecer manifestações culturais tradicionais de comunidades do meio rural.
Em 2003 foram produzidos os dois primeiros CDs, com a Banda de Pífanos de Zabé da Loca e canções do Grupo Negros e Negras do Leitão e da Banda de Pífanos do Sítio Leitão da Carapuça, de Afogados da Ingazeira (PE). A partir de 2004, outros CDs da Série foram produzidos pela Fundação Quinteto Violado, com o apoio do MDA, como o das Cantadeiras do Sisal (BA); dos Índios Fulni-Ô (PE); e dos cordelistas Zé Ailton e Manoel Belarmino, de Poço Redondo (PE).
Fonte: Chico Lobo
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