sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Futebol paraibano: triste realidade


Há alguns meses, soubemos que alguns dedicados desportistas estavam em mobilização pela volta da Socremo às suas atividades, notadamente no futebol profissional.

De forma sincera e equilibrada, com conhecimento de causa, emitimos na época a nossa opinião, afirmando ser muito difícil a empreitada, por conta das dificuldades tremendas para se fazer futebol profissional na Paraíba, onde a Federação mais cobra que apóia, os patrocínios são escassos e a estrutura praticamente não existe.

A sinceridade do nosso comentário provocou algumas reações de quem observa as coisas pelo lado da emoção, deixando de lado a razão. Chamaram-nos de pessimistas e outros “adjetivos”. Alguém até imaginou que éramos contra a volta da Socremo. Talvez se tivéssemos transmitido demagogicamente expressões fantasiosas, estivéssemos até hoje sendo elogiados.

Como a verdade sempre prevalece, ontem tivemos a demonstração clara de que a nossa opinião é verdadeira. Bastou a FPF – Federação Paraibana de Futebol tomar conhecimento de que o gavião do Cariri pretende voltar para, em vez de apoiar, ameaçar a equipe de várias penalidades. A FPF que nunca viabilizou um patrocínio, diz que a Socremo só pode voltar se, antes pagar “o que lhe deve”.

Acho que agora, com esse “apoio” da Federação, dá pra perceber porque dizíamos, como continuamos a dizer, o quanto é inglória a missão de movimentar o futebol paraibano. Em cidades bem maiores como Cajazeiras, Sousa, Patos e Guarabira, os times vivem mendigando. Imaginem na nossa região e com a “ajuda" da FPF.

Ainda me lembro quando momentos antes do jogo no Feitosão, pelo Campeonato Paraibano, o representante da FPF chegava pra diretoria da Socremo e dizia: - garantam logo a taxa da arbitragem (R$ 1.200,00 na época) se não o trio não entra em campo. Ao final da partida, o dinheiro da renda não era suficiente para pagar as despesas (arbitragem, taxa da FPF, INSS, despesas gerais).

No futebol paraibano, os times pagam (e muito caro) pra jogar. Enquanto no futebol paulista, ao final do campeonato a FPF de lá concede uma gorda premiação ao clube campeão, no futebol paraibano a FPF de cá exige tudo dos clubes e até ameaça os que tentam respirar.

Continuamos a torcer pela volta da Socremo. Porém, mesmo com alguns achando que é fácil, permanecemos dizendo ser muito difícil, quase impossível, promover futebol na Paraíba, enquanto não houver uma mudança de postura da FPF em apoio aos seus filiados.

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